Enquanto um certa luz rompia à medida que abria os olhos, à medida que me tornava humano mais uma vez, em que deixava a ficção de mais um sonho inacabado, mais um pedaço de mim largado num tempo e espaço inexistente, contudo marcante…
Retomo à noite, sim á noite, 1h 22m, nem sempre acordamos no dia, a tal luz é fruto do acordar para uma realidade, e como ela me torna numa banalidade, subo o estore, deparo me com o silencio aconchegante, deparo me com memorias de pessoas, de momentos vividos, sofridos, alguns gozados, outros marcados por sorrisos, outros pelo sofrimento, mas a noite, sim a noite está amena, oiço o respirar das árvores, o sussurrar da lua, oiço te, sim estas aqui, mas quem és tu? E porquê agora neste momento, na varanda após um sono perturbadoramente mágico, serás tua razão do meu acordar, existes ao ponto de me devolveres a realidade, de me quereres mostrar até que ponto a noite na tua presença pode ser única, mudas algo em mim, mudas o destino do meu pensamento, orientas me para a tua beleza, rasgo a realidade através de um toque, tocas me o espírito, e como sabe bem, como me fazes sorrir, mas quem és tu?
Será que isso interessa, saber a tua identidade correr atrás de uma incógnita, ou gozar apenas o momento na tua presença, mas não estás a minha volta, não estás fisicamente presente, eu quero poder tocar te, saborear te, mas não consigo, onde estás, para onde foste, volta por favor, volta…
Sou devolvido á noite, á varanda onde me encontrava, será que sonhei, ou já existias e Só agora apareceste, quero poder sentir isto de novo…
Oiço alguém, mas que é isto, onde estou, olho a volta, sim, estou no quarto, deitado, reconheço o sítio, acordo então na noite, são 1h 22m …